Carrie (publicado em língua portuguesa como Carrie, a estranha) foi o primeiro romance do escritor [norte-americano Stephen King, em 1974. King tem comentado que acha que esse livro é "cru" e "com um surpreendente poder de machucar e horrorizar". É um dos livros mais banidos nas escolas estadunidenses e também o filme foi banido na Finlândia.
A adaptação de 2013, na minha opinião, é a melhor. Assisti ao de 1976, que também é bom, mas o mais recente deixa o toque da atualidade, porque o que ocorre no filme, acontece nos dias de hoje ainda.
O filme começa com a mãe de Carrie, Margaret White, dando a luz à filha, uma coisa que muito me assustou foi a mulher dizendo que era câncer, que as dores do parto eram sintomas do câncer. Quando a garotinha finalmente nasceu, a mãe simplesmente queria matar a criança, o que me lembrou uma passagem da bíblia em [Gn 22:2-13], Deus ordena que Abraão mate Isaque e ofereça-o em holocausto. Abraão mostra o amor dele por Deus pela vontade de assassinar o seu filho. Mas antes da garganta de Isaque ser cortada, Deus pede no lugar de seu filho, um carneiro. Claro, nenhum animal é morto no filme, mas percebi uma certa apologia a isso, ainda mais por a mulher ser uma fanática religiosa.
Logo depois, a menina já aparece grande, jogando voleibol de piscina, o que faz com que todos nós pensemos que a experiencia da primeira menstruação será ainda mais traumatizante, porém, a menina só vira motivo de piadas por não saber jogar direito. Então, a cena é cortada para todas no vestiário, com Carrie tomando banho, e é aí que começa, a menina menstrua pela primeira vez e não sabe o que está acontecendo, pensa que vai sangrar até a morte e pede ajuda para suas colegas de classe. Nenhuma tem a paciência de explicar o que estava acontecendo com a menina, o que chega a nos fazer pensar, uma garota entre dezesseis, dezessete anos já era para ter tido a primeira menstruação, ou no mínimo, nos dias de hoje (vale acrescentar que a versão de 2013 adapta tudo para a era atual, então os assuntos das garotas e a mentalidade também está no pacote) deveria saber o que é, então todas zombam a menina. Enquanto zombam, Chris Hargensen, pega seu celular e começa a filmar a cena, o que será algo que não passará despercebido. A professora chega e sequer ela sabe o que fazer com a menina, e dá um tapa no rosto de Carrie, forçada essa cena, pois se ocorresse isso em alguma escola atual, a professora seria punida.
Carrie vai para casa com a mãe e pergunta o por que escondeu algo tão importante dela, sobre o próprio corpo, e Margaret começa a dizer que assim como quando Eva cometeu o pecado da fornicação, Deus a castigou com a maldição do sangue, e se Carrieta não tivesse cometido o mesmo, a maldição não a teria alcançado. Esta parte chega a me dar angustia de que o fanatismo religioso chegasse a tanto, a ponto de algo tão natural pudesse se tornar consequência de um ato "errado".
Um ponto importante, na cena seguinte, é quando Chris decide postar o vídeo de Carrie na internet, gerando o cyberbullying, uma boa adaptação ao meu ver para a Era Digital. No dia seguinte, a professora de ginástica vê a "bola de neve" que tudo isso estava se tornando e resolveu castigas as meninas, quem se recusasse, estaria fora do baile e levaria suspensão. Chris, com seu jeito mandão e rebelde, nega, e é suspensa.
A garotinha então descobre que tem poderes psíquicos, que pode mover coisas com a força do pensamento se concentra-se bastante.
A cena então é perturbadora quando a mãe Sue vai à loja de Margaret para buscar o vestido da filha, e a senhora White vendo o vestido como uma fonte para o pecado, se culpa e para se punir, se automutila.
Enquanto isso, Sue Snell sente-se arrependida por ter feito o que fez com Carrie, e pede ao namorado, Tommy Ross a levar a garota ao baile, que suspeita de tudo, mas acaba aceitando.
Carrie corre para fazer o vestido, e a mãe vê tudo como pecado, não quer que a menina vá ao baile, mas Carrieta está cansada de ver tudo como pecado e finalmente demonstra seus poderes psíquicos para Margaret, que a chama de bruxa, porém é algo que acontece a cada terceira geração na família.
Chris planejou sua vingança por ter ficado fora do baile, ela e o namorado, Billy Nolan, e mais algumas pessoas vão até uma fazenda e matam um porco, guardando o sangue em um balde, onde eles levam para o salão da festa e colocam onde o rei e a rainha seriam premiados.
Pela primeira vez, Carrie se sente uma garota normal, vai ao baile bem vestida, com um dos populares, tem uma noite inesquecivel, até que com a trapaça de Chris, a garotinha e Tommy são eleitos a Rei e Rainha do baile de formatura. Carrieta nunca esteve tão feliz, até que todo o sangue de porco cai sobre si. E é aí que sua vingança contra todos começa, ela não queria que mais ninguém a zombasse.
Quando ela vai pra casa, Margaret tenta mata-la, mas no fim, as duas acabam morrendo.
É um filme bom, apesar de fugir do contexto de terror, chega mais a ser um filme onde a realidade é mostrada, a realidade do bullying e da humilhação, e esse é o maior objetivo do longa, mostrar que essas coisas ainda existem, e que afetam não só as vítimas, como os agressores e plateia. Muitas tragédias acontecem com pessoas inocentes devido ao bullying, como alguns casos em vários colégios. Fora isso, o enredo é muito bom, porém não soube ser explorado como deveria.